sábado, 30 de novembro de 2013

pela minha lei a gente era obrigado a ser.

era uma vez um país
ela tão linda de se admirar
andava nua
num cavalo branco herói
eu era noite
provocante
toda nua
escondida
além das outras três.

pelas noites suburbanas 
a gente era obrigado a ser feliz.



capítulo III do livreto-zine "pequeno guia da saudade antecipada"
parceria com chico buarque & fausto fawcett
porque não?

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

boca de vino

no podia besarla
porque tenia lábios de vino
tu manzana prohibida
el pacado tuyo
en los lábios míos.
cólera
coleira
cólica
cócegas
córrego
carrego
colegas
escorrega
rega
corre
ego
go!

lance

ver-te
ver a gente
equilibra-me
vértice meu
vertigem

é bom ver-te
quando em vez

alegra
mergulho
é preciso

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

aline bot

*explicação abaixo da poesia. 
versos: em cima,  frases geradas pelo programa. embaixo, em negrito-itálico, minhas humildes observações (não menos aleatórias)
eis:


desperdiçando o meu mel devagarzinho, flor em 84.
(me resumiu. meu primeiro bot. eu nasci em 84)

meu vestido cor para esse rapaz sensível que emoção e...
(BUM)

haha disso eu
(perfect)

é surreal. fora cabral! abaixo os roncos dos amigos ruins?
(amigos e afins)

marcelo freixo falou pra parar de falar de agonía. Muchas veces me he perdido por el mar, como me pierdo en pleno invierno por razones de estricta pulimentada lógica, hay que ser inteligente. 
(era garcia lorca, virou louca. hay que ser)

vc já reparou que a algumas pessoas, alguém surge com A cada debate ele vai entender tudo estava tristonha.
(vai)

rsrs mas ninguém nem sequer pressente é uma vida minha? 
(no creeeo)

me manda uma atenção é tão profundamente. Por isso transferi meu nome Xê eu 
(como entender?)
(sê inteiro - portenho lendo pessoa)

Aos 11 anos, participava de programas de lidar com o
(só deus sabe)

cabo frio, o
(ô!)

Casi nadie lo abstracto. La suma de los países enquanto você é mil vezes invisíveis que vc que parecia vitima de fuxico e
(vítima de fuxico em portunhol abstração)

um caderninho meu.rs digo pq de revistas eletrônicas!
(rs)

aqui nao foi só que a revista Fonfon lançou em família, seus filhotes, muita força! <3 div="">
(que porra de revista é essa? e faz o coraçãozinho)

É sempre que lembrar que mudou minha memória que é mentira!
(óbvio. fim)

apesar de você, amanhã há de ser resolvido mas..voltemos ao fim. fausto via Anna B.
(aí sim, fim.)



*bot é um aplicativo maluco do facebook.
eu, que fiquei uma semana off, não entendi nada quando amigos me marcaram e compartilhavam frases sem nexo. 
uns no nexo, outros no sexo.
o que é isso? perguntei pra ele. 
não sei, entende e me explica?
não deu tempo.
hoje, para des-trair (escrevi errado mas achei interessante depois), fui ver qual é. parece que ele, o aplicativo, embaralha aleatoriamente palavras que você já escreveu pelo facebook afora eu vou bem sozinha levar esses.
tipo assim.
como não amar?
eu adoro ouvir músicas no modo aleatório (agora vai sobrar espaço na pasta do celular).
adoro brincadeiras com palavras.
adoro "escrita de si".
eu fazia parte de uma comunidade no orkut chamada "mudo de assunto, gosto de azul".
você fica bem de azul, você gosta né? ele disse.
e passei a gostar mais.
bobas somos, as mulheres de antenas.
e a calça azul fez mesmo sucesso. uma senhora no café, senhora mesmo, me perguntou, eu cheia de malas saindo da pousada na qual madrugara aquela última (!) noite: onde você comprou essa calça? veste muito bem, é linda. ela disse em espanhol. e demorei um pouco a entender. ela disse que tentou ler a etiqueta. opção, palavra brasileira.
e agora, qual é a opção?
sê são.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

domingo, 3 de novembro de 2013

ponto supra externo II

um sorriso tão doce
sabia
ao telefone a confirmação em ndhaoemdhcs* voz
fazia tanto calor
ela chegou feito uma aparição
oásis
não se fazia discreta
a casa tem o pé direito alto
ela cabia
cabia tão bem naquela casa onde nunca mais voltara
mas até entonces nada disso se sabia
nada de nada
de nadica.

fazia tanto calor naquele verão carioca
era verão?
acho que não.
primavera.
um ano
por favor silêncio que já vamos começar
eu sei abrir garrafa de vinho sem sacarrolha
mas fazia tanto calor
toda atenção era pouca já que o filme não podia voltar
você anotou a mesma frase que eu
essa que ele disse de arrancar o coração?
virou canção?

entardecia e ela sentou-se à varanda
à vontade
ao violão desafinado
mirávamos todos assim babando
assim sorrindo
eu achava a cena linda
a mudança de cores
merecia fotografar
assim, para registrar
assim, para quando eu esquecesse
mas eu estava paralizada
eu achava a cena linda
e só pensava que eu queria que não tivesse fim
que se repetisse mais vezes
sempre

como pode três por cento de pele causar tanto frisson?
a perna doía da madeira
da posição
mas era proibida de desfazer-se do apoio ao pescoço dela
as mãos proibidas de afagar
fecha os olhos e imagina
um carinho
o tal trançar
como pode, três por cento?
mas é que se tratava de uma pele de espécie muito especial.
animal de raça nobre
de porte
selvagem
mais rara beleza.

que difícil é sair de um filme depois que ele acaba.


* pois que ainda não descobri a palavra que defina a voz que dela sai, já lhe disse veludo, já tentei tantas vezes imitar, é muito única, muito sua, muito dentro, muito envolvente, muito mergulho dentro do mar de arraial do cabo, mas quente. é isso. voz-de-mergulho-em-arraial-do-cabo-quente
(ficou antônimo de cabo frio)

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