quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Oração a Mercúrio Retrógrado

(realizada para/em 27 de novembro de 2012 no teatro ipanema,rj)

Oh, Mercúrio, guardião da fala, do comunico, do digo-não nego, do promessa é dívida, do eu juro por mim mesmo por deus por meus pais, guardião do me larga, não enche, guardião do eu te amo.

Oh, Mercúrio, guardião de nós virginianos, tão palavreados na mente, tão afoitos em fala, tão cheios de sede por dizer, gagueira e soluço.

Mercúrio curador dos rasgos das calças impossíveis, cicatrizador de machucados, feridas abertas no peito, dentro e fora, no pé.

Mercúrio cromo pode abandonar um filho teu?

Cromo pode deixar-nos todos nessa imensa Babel?
Cromo pode assistir a tanta briga, bate-boca, quebradeira, mágoa e incompreensão, assim, sem nada fazer?

Oh, Mercúrio, nós que te adoramos tanto, assim pequenininho, assim ardente, tão vermelho-sangue.
Sim, sabemos, todos tem direito a momentos retrógrados.
Mas, oh, Mercúrio, já está bom, não mais se irrite.

Por isso viemos todos e te rogamos: Anda, Mercúrio! Siga! Corra! Se adiante!
Que o tempo é curto e as relações humanas precisam de ti.
Adelante, Mercúrio!

Obrigada, Ojalá, Saravá, Aleluia, Amém.


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

amor express


meu amor é no alto-falante 
meu amor é ao pé do ouvido
meu amor é neste exato instante
meu amor é o ainda não vivido

parque em cabo frio, da roda gigante vejo o alucinante amor expresso 

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

vídeo poesia #cinejardins hóspede



Mi poema "hóspede", lido por mim no lindo e cheio de vento Parque das Ruínas, em Santa Teresa.
Fotografia do querido Eduardo Sande
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na praia do diabo

Na praia do diabo
todos os gatos
são pardos
todos os beijos
roubados
todas as almas
lavadas
todos os corpos
levados ao mar.

Na praia do diabo
areia ferve
inferno
onda arrebenta
na pedra
no céu nublado
arco-íris
mais parece mancha
de óleo no ar.


mas a foto é da vizinha ipa

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