segunda-feira, 30 de agosto de 2010

3 da manhã.
Algum arcondicionado ruidou num vizinho qualquer.
Eu de pé
no piso frio da sala.

memórias

Pela janela do ônibus senti cheiro de café. E que vontade de mudar o trajeto e ir visitar minha avó em terras cabofrienses. Mas a casa virou um escritório e, infelizmente, eles não estão mais por cá.

Minha avó de nome lindo, Maria Aline, costurava pra gente. Nunca em minha vida comi panquecas como as que fazia. Meu avô, franciscano, espírito jovem e doces olhos azuis. Pescava, gostava de telejornal e rádio. Levava a mim e minha irmã na bicicleta, juntas. Nos comprava iogurtes que, de tantos, estragavam na geladeira. Deixava apoiar o pé na mesa. Vovó não gostava muito.

Tinha quintal galinha varal de arame escorado com pau janelas direto pra rua goiabeira e botões de rosa. E o tradicional café com a família toda quarta-feira. Ideia de minha mãe. E pensar que em criança às vezes tinha preguiça.

Que vontade de mudar o rumo do ônibus. Da vida. Ah esse cheiro de café que embarga.

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