sábado, 5 de dezembro de 2009

Soneto de Pablo Neruda

No te quiero sino porque te quiero
Y de quererte a no quererte llego
Y de esperarte cuando no te espero
Pasa mi corazón del frío al fuego.

Te quiero sólo porque a ti te quiero,
Te odio sin fin, y odiándote te ruego,
Y la medida de mi amor viajero
Es no verte y amarte como un ciego.

Tal vez consumirá la luz de enero,
Su rayo cruel, mi corazón entero,
Robándome la llave del sosiego.

En esta historia sólo yo me muero
Y moriré de amor porque te quiero,
Porque te quiero, amor, a sangre y fuego


Segue vídeo do soneto musicado:

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Pílulas Poéticas



lembrava, recordava detalhes, fechava os olhos com força. nada adianta, o passado não volta. soa saudade.
cada vez que na rua se viam o coração batia sim. mas os lábios, mudos, desviavam os olhos para o não.
a ponte ligava as duas cidades. ligava também seu coração. os pássaros na baía, sua saudade.
da janela do ônibus observava as existências. que risos teriam? quanta lágrima há escondida em tantos óculos, cabelo, boné, mp3 e agasalhos dos transeuntes?
o laço vermelho no cabelo se agitava, rumo ao céu, feito pipa. a menina também queria ser livre mas trancava-se no escuro do quarto de si.
observava cada pessoa com o olhar atento de quem adivinhava o mundo. vega era uma gata muito vivaz.

domingo, 16 de agosto de 2009

ParAna

a ana cañas

ana, ana,
será que se acañas?
bela, bela,
pendura na janela
sua rosa e girasol?
batom, lenços,
sapatos,
vermelho.
e cada nota,
cada tom,
cada sopro,
dispostos na caixinha de música
sobre a penteadeira,
camarim.

tudo sobre você

apaixonada por sua letra,
sua saia,
seu álbum de família,
suas histórias,
e rima.
sua vida,
seus fatos,
altos e baixos.
sapatos.
cores de cabelo, de esmalte,
de jazz.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Eu me uso
Tu te usas
Nós nos usamos.
Vós vos usais
Tão pra sempre
Tão jamais.

luna llena

Ela me estendeu a mão. No escuro da fila do banheiro, dançamos um jazz. O som da bateria ritmava o abraço e minha mão tocava de leve suas costas por dentro da blusa quente.

rainha de maio

Ela abriu os braços e olhando para o céu escuro cantava "vento de maio", embaixo o asfalto e o silêncio noturno do centro da cidade. Tive vontade de pendurar-me em um abraço e pender-lhe pelo pescoço, feito cachecol. Mas mantive as mãos no bolso do casaco. Protegida do frio, de mim, de nós.

sábado, 1 de agosto de 2009

borboleta em momento periclitante


Ela entra, rompe as paredes do quarto. Estava cheia de suspiros.

o mundo inteiro acordar e a gente dormir


O sol nascia. Os corpos, quentes, adormeciam.

quando o coração cala


_ Oi!


(Oi,tudo bem? Quanto tempo não nos falamos. Parece que foi ontem que...Seu cabelo cresceu. Bonito esse vestido. Quer dizer que você está morando aqui? Nossa e a gente nem se vê. Tem um livro seu lá em casa. Ai, sabia que sonhei contigo? Foi semana passada, uma festa, tinha cafuné, que carinho bom. E esse barrigão? Vocês vão morar juntas? E a família, de boa? Vamos combinar uma cerveja, todos nós, todos e todas! Ah, sim, ou um café, pode ser.)

_oi.

polyana


Gostava de deitar assim, de braços e pernas abertos, como um X, ou uma estrela do mar, a olhar as estrelas e nuvens do céu.
Agosto, mês do...

beijo no rosto!


[agosto tb é mês de... ?]

sábado, 18 de julho de 2009

Sri é logo ali

Demorei seis meses para saber que seu pai era do Sri Lanka. Foi assim, no meio de uma conversa, como se fosse a coisa mais natural do mundo ter um pai cingalês.
_ Ahn, Sri Lanka? Nossa, eu nem sei direito onde fica.
E ela me mostrou várias fotos lindas, digitando o país no google. Achando graça de toda minha curiosidade.
Para mim, ela deveria sempre se apresentar assim:
_ Prazer, Mariana, meu pai é do Sri Lanka.
Não?

A mãe afegã

para rubens pereira e renata galdino

O menino não queria estar ali. Debruçava a cabeça nos braços, sobre a mesa. A mãe afagava dizendo: "O Rubens tá aqui para te ajudar, meu filho". Mas ele não estava querendo ter a aula particular: "Rubens, conversa com ele?" E lá ia eu, cheio de argumentos em meio à groselhas e bolachas que sua mãe nos trazia em bandeijas de prata e dengo.

Dei a aula. No final, falei que ele não podia tratar a mãe assim, que o estudo era importante e blablablá. A mãe agradeceu e desabafou, que o criara sozinho, o quanto era difícil, coisa e tal.

Ela era bonita, gaúcha, tão frágil que fiquei entre as condições de profissional e amante. Mas fiz o que sempre faço em situações de conflito: nada. Ela fechou a porta e saí.

Fui chamado outras vezes. Acho que ela pagava mais pelos meus sermões que pela explicação. No segundo dia dei a aula e no final nova conversa com o garoto. Na terceira aula só ensinei e fui embora, sem bolachas ou papo. Que pagasse um analista, que eu era professor e não padrasto particular!

Nova História Colorida

Ela era capricórnio
eu, virginiana convicta
mas meu ascendente era no signo dela
e a lua dela em mim...

A lua dela em mim!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Nua e crua

Revirando escritos antigos a gente se depara com nós mesmos, com o que fomos ou pensávamos que éramos, com o que não somos mais ou ainda somos.
Encontrei esse texto de janeiro de 2007, meu, sobre mim. Como se me olhasse num espelho, nua e crua.
A essência que fica.
O que muda e se vai, esvai?


"Nua e crua.

Aline gosta de música. Boa música. Gosta de cantar, e dançar e pular. E gosta de fazer sorrir.
Ela ri sem graça. Gargalha. Tem vergonha. Chora de rir.
Ama esmalte escuro mas rói as unhas. Ama ler. E tem preguiça. Até de comer (que também ama).
Ama também a madrugada , seu silêncio. E seus barulhos secretos e discretos.
Conversa e brinca com crianças. E as observa. Adora o universo dos pequenos, mas detesta ser chamada de infantil. Porque no fundo sabe que é. ("Mas só um pouquinho, né?")
Fala tudo no diminutivo, mas isso sai naturalmente, e quer evitar.
Pensa, pensa, nossa(!), pensa muito. Mas é sempre o coração que resolve, toma a liderança. Porque ela se deixa mandar. Nem que seja por si mesma. Ou por outras "ela mesma" que inventa. E inventa muitas, que se assusta quando escapam do seu comando.
Odeia quando as situações escapam de seu controle. Planeja, faz listas e idealiza tim-tim por tim-tim. Então quebra a cara. Não só por isso. Mas também quando fala demais, e depois se arrepende, mas depois não dá mais.
Chora.
Muito. Com filme, com música, com palavras ou gritos de alguém. De feliz, de triste, de sentir-se só. Tantas vezes. E procura O colo. Nem sempre tem. E chora baixinho, encolhido,discreto. e sozinha chora alto. Às vezes chora e olha no espelho.
Gosta de admirar, a ela e ao mundo. Observa, analisa, julga (com isso também quer parar). De tanto analisar, encontra defeitos. Em si e nos outros. E o mundo desaba: "Eu não sou perfeita?(!)". E deságua: "Por quê fez isso comigo?".
Se decepciona porque acha que deveriam todos ser como ela. Se comportar da maneira que ELA julga ser correta.
É às vezes egoísta - um dia deixará de ser? - mas tem bom coração. Gosta de ajudar, carinhar, felizar! Só não é muito boa para escutar ( gostaria de melhorar).
Dá mais do que recebe. Quase sempre. Não liga, até gosta. Mas já achou ruim.
Fala "eu acho que" quando tem certeza e "pode ser" para dizer sim.
Pensa em ousar.Em tudo. Na vida. Mas não consegue. Algumas vezes experimenta mas não prossegue. Não dá. Essa máscara não é a sua. Mas qual será?
Queria ser cantora, uma grande escritora. Ter coluna semanal. E nunca está onde gostaria de estar. (Até que ultimamente isso anda diferente. Por quê será?).

07/01/07"

domingo, 31 de maio de 2009

O jardim está florido mas a flor não está lá.
(nem o pranto é capaz de florecê-la)
Foste o vento que a levaste daqui?
(o vento, o tempo)
Quê a faria desmurchar?
(e ela o quer?)
Melhor o esquecimento.
(mas você não o quer.)

Flower não é flor...

(...mas eu te dou o meu amor, little flower)

Pensamentos floream rastros sin luz. Um buscar incansável, êxtase obscuro de prazeres yá olvidados. Fogos de artifício, montanha russa, ahora tinieblas. Na escuridão do quarto a luz entra pela falha da cortina, obrigando os olhos a levantarem o adormecido espírito cansado:
_ Levanta, pra vida!


Os carros, as pessoas, os homens da construção,
eles não sabem o peso dos olhos meus.
Nem os porcos, os corpos e copos virados na noite
sabem que minhas pernas, automáticas, levam meu corpo para caminhos que não escolhi.
Nem as flores murchas sabem que murcho eu também.
O choro da criança, o quente do pão, o cheiro do verde.
Eu passo, vazia.
Não sabem.
Menos saberei eu.

(20/05/09)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Serenata na janela
ou mensagem virtual.
Não há pomba,
Não há paz,
Esta noite em meu lençol.

Corre zebra, cotia, tatu
pelos montes no quintal.
Voa pomba,
Chove chuva,
Adormeço em madrigal

08/03/09
_ O que você sente?
_ Gosto.
_ Mas gosta como?
_ Gostando...
E a avestruz se esconde junto àquilo que não consegue explicar.

sábado, 11 de abril de 2009

sábado, 14 de março de 2009

Aninhar


Aninha em meu peito
essa dor, calor crescente.
Adormece em meu abraço
cada fuga dos teus olhos.
Acarinha com seus dedos
lábios meus já tão carentes.
e Anoitece em câmera lenta
junto à mim e ao amanhecer.

quarta-feira, 4 de março de 2009

A medida em que penetrava
descobria aos poucos aquele ser.
Passo a passo, dia a dia, vida a vida.
Como bonecas russas,
aquela boneca continha várias em si.
Cada despetalar trazia uma novidade.
E aprisionada em seus infinitos,
sabia já impossível voltar atrás.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Tic,
Ela sabia, ela sabia.
Por isso aquele olhar,
aquele sorriso.
Ela sabia,
não era aceitação.
Ela sabia que eu seria
passada para tras.
Tac.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

cabeças a mil

Diferente de Marina e seus Corações a Mil, estou com a cabeça assim.
Pilhada.
Disfarçadamente,
Tagarelante.
Alba: E o coração, e a alminha?
Tudo,tudo!
Nani: É seu coração palpitantemente incansável.
Que não me deixa dormir.

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