sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Já neiro, Já era.

Tomate cru, já dizia o poeta,
Uns na fossa, outros na merda.
Quem procura acha, já dizia a artista plástica.
Coração e dor em casa,
Mulher livre leve e solta
Na lapa.

Escrevendo carta, dando chance, remoendo, passando por cima.
Cerveja na rua, loira puta, coração livre, cama vazia.
Dois corpos em dasafino,
Cabeças longe, borburinho.
Ilusão de amor de vida
Bate tanto mas não fica.

Peito aberto, noite escura.
A outra cabeça, na rua.
Dois olhos em lua, lago em lágrimas.
Outros dois olhando além.
Desamor a quem quer bem.

De que vale a noite em claro, o remoer, o perdoar,
Se a outra já nos bares, buscando os olhos, a flertar,
Buscando aquela, logo aquela, a mais promíscua ingratidão,
De que vale ceder ao amor
A quem lhe negou a mão?

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Já neiro

O branco no portarretrato,
O soluço no almoço,
As unhas do pé que não param de crescer.

A porta bateu e o vento levou: as lembranças, as camisas, o ventilador.
As flores nos vasos secaram, os peixes morreram.
A cama pra sempre desfeita.

Má água

Má água
Aguada mágoa
Deságua
Afoga
Encharca
E seca de noite ao sol.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Do tempo

Por que o homem faz a guerra?
Porque a mulher pretere o amor?
Embriaguez do instante hoje,
Imprevisão do tempo dor.

Garrafa com gosto de grama,
Suor na cama,
No espelho um drama.
Todo dia a mesma lama:
Janela e lençol pra quem se ama.

Peito com faca
De frango, de gente.
Almoço servido
Em panos quentes.

A nuvem desaba,
Chuva na aba,
Mágoa na taba.
Pergunta que no se gustaba:
Amor e dor também acaba?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

do incerto

Um oco
Vazio
Uma caixa de fósforo
Um pássaro sem ninho.

Um até breve
Vazio
Um até logo
Sem destino.


Desatino.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Final Feliz e censura no último capítulo de Amor e Revolução

Adorei o final feliz entre o casal de mulheres na novela, e não haveria de ser diferente com tamanha aceitação do público e resultado de mais de 80% a favor do casal em votação no site oficial da emissora. E independente da discussão da qualidade do texto final, se haveria de ser mais extenso, mais romântico, acho que deveria sim ter acontecido o beijo, porque se fosse um casal hétero haveria o beijo em sua cena final da história de amor. Acho incrível que essa história tenha sido escrita e o primeiro beijo entre duas mulheres na televisão brasileira foi realmente importante, um marco, maior ainda que as bitocas distribuidas pela participante assumidamente lésbica (ou "bi") Diana no Big Brother. Mas devemos sempre pensar como seria feita a cena se fosse um casal hétero. Da mesma maneira como as atrizes disseram que foram orientadas pelo diretor da cena do primeir beijo: "Pensem que é uma cena da Maria com o José (protagonistas). É igual, não muda nada". 
O fato de não ter aparecido o beijo, com a cena congelada na hora h, não é "culpa" das atrizes, que se esforaçaram, que deram sensibilidade às personagens e gravaram a cena de beijo, também não é "culpa" do diretor ou do autor, pois a cena foi escrita e dirigida, existiu. Mas não foi exibida. A inconstância maior no fato é a censura feita, não sei se por Silvio Santos ou outro indivíduo dentro do SBT. Fica estranho e incoerente uma censura em uma novela que busca justamente criticar esse comportamento ocorrido na ditadura brasileira. Li que censuraram o segundo beijo e a cena de sexo do casal Marina e Marcela porque a diretoria do canal não queria perder o público conservador do SBT,em grande parte evangélico. Uma pena. 
Mas de qualquer forma fica o reconhecimento pela história representada, pela entrega e profissionalismo de ambas atrizes (e de diretores e autores). Eu a a Maria Gabriela ficamos sem ar com o primeiro beijo lésbico! (Segundo revelou ao entrevistar a atriz Luciana Vendramini). Foi uma prestação de serviço que vocês fizeram às famílias brasileiras! Que venham outras Marcelas e Marinas, e Marcelos e Antônios. Nossa televisão e país agradecem.

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