terça-feira, 30 de dezembro de 2008


No momento não posso te atender.
Mas após o sinal, me deixe uma mensagem de amor.



quinta-feira, 25 de dezembro de 2008


"Quizá nosotros somos las palabras que cuentan lo que somos."






eduardo galeano, "el libro de los abrazos"


Vitória vai te fazer esquecer as flores vermelhas.

São Paulo, cada amanhecer, cada canção.

Recife, os beijos, enfim.


E eu, quando não penso em mais nada, acabo pensando em você.



23/12.
para ouvir: um auê com você - baby do brasil

domingo, 7 de dezembro de 2008

Palavretas de Varetas - Um

Vou fazer como a ana louca e escrever sem fim
em infinito, de ré, pra frente, e sertanejo, se vier.
e tanta coisa que se junta, tanta palavra divertida,invertida,
dá enjôo, é legal, resultado desmontado num banquete de misturas
sinestésicas, de amor, e de luz.
Alfinetes me espetam e espetam as idéias em fluxo,
voltagem adversa de verso, inverso, reverso,
convexo sem nexo, repeteco sem fim!



Conhecem o blog da cantora/artista Ana Cañas?
Deliciem-se em seu papo de bar:
http://www.anacanas.com/blog/Blog.aspx



Pensei:
"acho bonito olho brilhando."
Não parece uma frase a la Macabéa?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Nublando


Aquele grupo de amigos com suas duas filhinhas me incomodava ao mesmo tempo em que confortava. É que adoro saber o cotidiano alheio, a vida. O que farão depois da praia? Vieram de carro? É provável, havia refrigerantes e cervejas, cadeiras de sol. Ou morariam perto. Eu não tinha cadeira. Só uma canga, cheia de areia desse vento rude, canga bonita, aliás. A menor das meninas percebeu, não a beleza: É, Carol, quem não traz cadeira fica no chão. Achavam que eu não ouvia. A verdade é que não havia mais música, porém os fones continuavam em meus ouvidos. Gosto desse disfarce. Como os óculos escuros.


Também gosto de crianças. São sinceras, autênticas e emotivas. Cada qual do seu jeito. É ótimo ver uma bailarina ou um batman caminhando de mãos dadas com a mãe, pela rua. Ou se encantando com cachorrinhos que seus pais nunca querem levar para o apartamento. Crianças são luz, quando os pais as permitem.


As meninas da praia estavam com frio, uma pedira ao pai sua camisa e ficara uma graça com aquele blusão que ia até seus mínimos pés. E brincavam com o vento. Elas voavam: Cê ta parecendo o super-homem!


Uma mulher veio pedir-me que vigiasse seus pertences enquanto ia dar um mergulho. “Moça”, me chamou. Aos vinte e quatro anos sou moça? E tia? Sei que menina não chamam mais... Corajosa ela, a água deve estar gelo. Espero ter essa coragem também, não há sol.


Os pais amigos falavam de carnaval, viagens e Sesc de Grussaí. Uma beleza, eles diziam. Bem sei. Mas que farão após a praia? Não sei quantos eram, mas pensei casais, dois. Um homem para cada mulher, uma filha para cada casal. Queriam dormir juntas: “Deixa ela ir brincar lá em caaasa?”. Os pais riam, que a pequena a meia-noite acordaria querendo seus pais. Parece durona, mas deve ser manhosa. É engraçado como algumas amizades se perdem. Ou se transformam.


Um rapaz também curtia o final de tarde na praia, e me intrigava, com uma barraca dessas de armar, pequenininha. Depois, do mar, surgiu a jovem, e da barraca tirou um bebê, dormindo enroladinho. Enquanto o segurava, o possível pai desmontava o berço improvisado e juntava tudo numa bolsa. Família pequena, jovem e bonita. Ao chegar à casa a mãe daria banho no pequeno enquanto o pai prepararia algo quente para comerem. E depois de dormir o filho, ficariam de chamego ouvindo boa música, ou mesmo tv. Talvez. E o grupo de amigos com suas filhas? Que farão depois da praia? Que farei eu?


Aline Miranda. OUT/08

domingo, 26 de outubro de 2008

Desabafo


  • Eu gosto muito do Fernando Gabeira pensador, escritor, lutador. Tenho alguns livros e até os levei pra que ele autografasse pra mim, numa palestra ótima que ele deu no CCBB - Rio no ano passado, creio. Foi ótimo conhecê-lo naquele instante. E melhor ainda foi saber de sua candidatura à prefeitura do Rio. Não voto no Rio, mas fiquei torcendo e conversando sobre ele com muitas pessoas. E ouvindo, e divulgando suas idéias e palavras.
  • Infelizmente o povo ainda não percebeu que é preciso incentivar os bons políticos. Adoro o cara e achei uma pena. A diferença entre os votos foi tão pequena! Mas é bom que as pessoas - não só os cariocas, porque o Brasil estava todo na expectativa - comecem a rever o que é a política e a quem ela deve beneficiar ( se aos políticos ou ao povo). Acho que ainda posso continuar vendo "um novo começo de era, de gente fina elegante e sincera". Tomara! Porque "sonhos não envelhecem...".
  • Parabéns pela coragem,Gabeira. E quem perde não é ele, mas o Rio. Mas que o resultado da eleição seja um sinal de que a democracia está surgindo, lenta mas enfim!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Despedida

Como tirar os beijos dos lábios meus assim sem mais?

(língua, pele, gattai, morango, notas musicais)


Tantas culpas, tantos medos, e os lençóis...

tantos risos, e olhares sem palavras.

infinito.

astrais.


Apenas uma noite,

suficiente pra não esquecer.

apenas uma lágrima,

escondida,

pra você não ver.


A toalha ainda estava, na esperança da volta

de nunca mais.

Nunca mais?


Serpentinas colorias

pela rua

que agora a chuva molha.


LOU, LOU, LOU.
OU ISSO.
OU ISE.
ISE OU LOU
LOUISE É.



[em julho,no Pará,depois de ler uns poemetos do Chacal]

domingo, 17 de agosto de 2008

Serenou


Gosto da chuva do outro lado da janela
A força dos pingos no vidro
A lágrima que escorre em espaços vazios
O quarto frio, frio piso, peito frio, frio...

Gosto da noite e seus silêncios
Suspiros, medo, aconchego ou solidão
Passos aflitos na calçada, nas esquinas, na arrebentação
e o mar...

Gosto da lua que é a mesma para nós,
nua.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Evito pegar ônibus por la noche.
Não pela violência.
Mas porque seus vidros, a brisa, o luar
me invitan a pensar.

música nascendo...

trecho antigo, perdido por aí...



"pensei que fosse verdade
teu nome na beira do mar.
(sombra correndo montanhas)
teu rosto em todo lugar."

sábado, 29 de março de 2008



Laura tinha um mundo colorido e só seu, particular.
Vivia a buscar no jardim, borboleta com asa em disfarce de flor.
Guardava pétalas, outrora comia, organizava por cores.
Como tenho amarelas, pensava.
E queria sempre mais.
Nas pequenas mãos as flores não bastavam. O bolso do vestido era solução, cesto contra vento e chão.
Correr não queria. Esconder também não. Gostava de olhar.
Podia passar horas olhando formigas, pássaros, gente.
E nuvens.
Como deve ser morar no céu?
E ansiava tocá-lo, senti-lo, respira-lo.
Os braços estendidos, a boca aberta sugando o ar, como nuvens doces de algodão.
Desejo ser um bem-te-vi! Levantar vôo do chão!
Os olhos se abriam e no verde ainda estava, e sorria.
É que o pequeno canteiro fazia dela grande girassol.



Aline Miranda.
29/11/07
04h30


Foto: Clara na Fonte do Itajuru, Cabo Frio.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

É uma atividade interessante brincar de escrever poemas. Você escreve uma palavra e passa para o próximo e assim sucessivamente. O resultado final pode ficar bem criativo!
:)



Posso pintar, mas as estações não são iguais.
Cada instante é navio que parte,
mesmo junto não reflete o improvável da vida.
Quero, procuro, estou.
Depois, nada. O assim, assim é.
Não sou quietude,
sou plenitude,
sou fim.



14/07/06
Aline Miranda / Juliana Veiga

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O post de hoje dedico a Joelson, o anjo desconhecido que deixou o meu dia hoje mais florido!
O enterro da estrela

Assim que o sol raiou,
Assim que a manhã surgiu,
uma janela se abriu para ver a estrela que morreu.

Em meio ao grande jardim,
Girassóis, formigas, gafonhotos.
Nenhum corpo celeste estava.

Entre os passos acelerados,
Entre a fumaça dos carros,
Olhos saltavam e buscavam qualquer perdida luz.

Na areia fina e branca
A onda sem quase brancura
Presenteava com pequenos mares
As mãos ali molhadas.

E numa hora assim,
como qualquer outra,
Num instante sem sinos,
Surgiu a estrela na beira.

Seguiu dura e fria
para as mãos macias, com zelo
e depois para um cavado gelado.

Um beijo e o fim.

A janela então se fechou na segurança de papel cumprido.


Aline Miranda, 07/02/08.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Em dias de tédio o melhor a se fazer é dormir.

Depois de um prato de banana amassada com toddy, claro.

Afinal, "prefiro toddy ao tédio"!


espero voltar com um post mais entusiasmado para 2008.

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