sexta-feira, 18 de maio de 2007

O Tempo Não Pára


Esta noite rererevi o filme Cazuza , pela quarta ou quinta vez. Sempre me surpreendo, me emociono, me divirto com esse personagem tão real, tão ele.

Amo Cazuza e tudo o que ele escreveu.
E amo o Daniel de Oliveira o interpretando de forma tão poética e verdadeira.
Todo o universo que o filme traz deixa a gente com receios e ao mesmo tempo com água na boca.


"Tenho dormido pouco,a noite. Nunca dormi tão pouco durante uma semana. Só nos encontros da faculdade. Mas aí não conta, tudo é festa. Preciso estudar mais, me concentrar mais também. Mas a noite é tão mais fresca, tão sedutora, convidativa... que mesmo sozinha não quero dormir. Ou acordar. Tarde sim foi feita prá dormir, entediante. prefiro toddy ao tédio!"
em 16/05/07
Ouvindo: Trilha do Filme


quinta-feira, 10 de maio de 2007

Flores de Setembro

Escondidos, roubados
silenciados.
Exigidos, implorados
espreguiçados.
Permitidos, perguntados
molhados.
Nossos beijos alados à luz do luar
Nossos beijos alados no escuro do quarto
Nossos beijos alados à quatro mãos
Nossos beijos alados
inocentes ou não.


Não lembro se postei no bagatelas, mas revi e deu saudade do poema.
De 18 de setembro de 2006.

Aproveitando para agradecer às visitinhas mais que queridas: Evinha, Gigi, Ju, Lucas e Bela.
Beijo de flor prá vocês!

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Conversa de orkut

Lucas escreveu:
Hey! Caracas, eu tava muito aflito essa noite (madrugada). Sabe o que me salvou? Ler uma coisa que eu havia escrito!Não é a Clarice que fala que escreve pra se salvar de si mesmo? Pois é dona Clarice, na noite em que escrevi aquela coisa eu estava preparando o meu salvamento de hoje. É tão bom saber que a gente também consegue se salvar do desespero né?Bjimzão! Te amo prima lua!

Aline respondeu:
tão legal saber q a gente pode se salvar né?um "a gente" de outro momento pode salvar "a gente" de um momento infeliz...alguém disse que "quem escreve um poema salva um afogado".no seu caso foi vc mesmo.que bom!muitos beijos primo querido!bom ouvir mais vezes sua voz.e suas risadas altíiiiiiiiissimas!HAHAHAHAHAHA

Uma lembraça que não queria esquecer.
Fica ela e tudo o que traz, registrada aqui.

Numa tarde dessas...

Senti a angústia e fui pra praia.
Sentei, chorei, pensei, escrevi, fotografei.
O resultado está aqui:



Pés agitam-se na fresca areia.
O escuro do esmalte ora surge por entre flocos cinzas tão finos.
Uma nuvem sozinha cobre o topo do Corcovado e aos poucos vai se modelando em dragão...uma vovó dragão!
Do outro lado, observo:
Um barco a vela que se vai, rápido;
A cidade aos pés do Cristo - que parece estancado, inerte, de tão cinza;
O sol que através da lente pinta um rosa assim degradé no céu enquanto se põe...
E tantos andares me circulando. Cada quadradinho, uma vida, seus problemas, incertezas e tristezas. O cotidiano maçante, as crianças que voltam do colégio, a maçã que a boca morde, tv e cama.
E me volto a mim.
O que vale? O que realmente vale na minha vida? O que eu dou valor e acho prazeroso para mim?
Pelo quê posso me dar ao luxo de chorar?
E sorrir?
O mar agitado parece querer engolir meu corpo, pés, bolsa, com alma e tudo. Assusta.
Mas a espuma é tão branca...
E um raio de luz, escondidinho no meio da espessa nuvem que anuncia chuva, me diz:
_ Aline, é preciso seguir.
E fim.


21 de março de 2007
Final de tarde na Praia de Icaraí.

sábado, 5 de maio de 2007

Inspiração

Bagatelas

Eu dizia "apareça"
Quando apareceu, não esperava
Um dia me beijou e disse "não me esqueça"
Foi embora
E só esqueci metade
Que bom que eu não tinha um revólver
Quem ama mata mais com bala que com flecha
Ela deixou furo
E a porta que abriu
Jamais se fecha
Nada disso tem moral nem tem lição
Curto as coisas que acendem e apagam
E se acendem novamente em vão
Será que a gente é louca ou lúcida
Quando quer que tudo vire música?
De qualquer forma não me queixo
O inesperado quer chegar:
Eu deixo
E a gente faz e acontece nessa vida
Nessas telas
Nessas bagatelas



Adriana Calcanhotto

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