quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

a máquina de escrever sonhos


atualização enviada, obrigada internet, pela nova amiga, hétero curiosa, que distante tentava secar, com certo sucesso, gracias, essas chuvas tempestivas de verão carioca, que datilografei ao final da folha 
en rojo: 
aline los hombres no conocen la dignidad

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

o que não tem certeza nem nunca terá

um dia
um dia
um dia
me diz tô com saudade
viagem
viagem
digo tenho saudade
viagem
viagem
vamos fazer tal coisa
um dia
um dia
mergulho entre palavras
verdades
verdades
de esperar sentada
agonia
agonia
pescoço fica duro
me bate
me bate
os olhos ficam mudos
me arde
me arde
a noite escuto uivos
me late
me late
será que é covardia?
um dia
um dia
de esperar deitada
me afogo
me afogo
em outras alegrias
rebeldia
rebeldia
pra esconder a parte
que lhe cabe
que lhe cabe
quarto, sala, cozinha.



(Está na natureza
Será, que será?
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

d'um futuro vizinho - 3

você surge,
na janela
na cozinha,
faço café: hola
duas canecas na mesa
tenho visita, eu digo
você sorri
beijo seu rosto: você é tão bonito
entra
teu corpo sentando à mesa: posso?
sempre. imagina.
sento no seu colo
te cheiro
cheira o café
cheira o pescoço
você diz que vai fazer uma comida
convida
posso levar ela?
sempre. imagina.
levanto
deixo uma caneca pra você na mesa
você pega e sai: muá
pego duas e vou pro quarto: muá
anoitece.



segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

d'um futuro 2 - os vizinhos

ia bater na sua porta e dizer: hey!
você abria, quase nu, tava na rede, violão
e esse cigarro? eu diria
você ria: é a vida
te levava fruta pequena: quer?
dá.
eu prendia entre os dentes.
você ria e vinha: tarada!
a língua tenta apanhar
eu fujo
corro: bora pro rio?
agora.
nu?
nus.

domingo, 19 de janeiro de 2014

d'um futuro

um dia, um dia
quero morar em caraíva
na bahia
o rio na frente
o mar atrás
ruas de areia
e numa casa amarelinha
ser sua vizinha.
foto de internet d'um lugar qu'inda não fui

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

cuido do meu jardim


Cuido das flores, do verde da varanda, do mato.
Gosto do mato também. Um tem pontas de flocos brancos feito espiga.
Não tiro.
Não é afinal tudo vivo?
Não é uma loucura linda dizer que planta é um ser vivo?
Me soa quase equívoco.
Vivo para mim é sinônimo de animal.
Vegetal animal.
Perco gerações cuidando das plantas.
Ganho.
Às vezes é preciso cortar os galhos secos finos, para que vejamos melhor as cores.
Para que as flores que ainda resistem à seca dos olhos de deus possam ser a memória “viva” de que há muito por brotar.
Precisamos dar motivos para deus chorar.
Corto as plantas e me sopram esses versos.
Elas.
Como gratidão.
Molho meus olhos.
Elas precisam dos olhos de deus.
Meus dedos alguns negros da terra umedecida.
Distraída cortei um ramo de pequenas flores amarelas.
Pecado original.
Eva, a jardineira fiel.
Se eu fosse flor, de certo seria amarela.
Uma amiga escreveu certa vez.
É preciso doação.
É preciso olhar além.
Viver presente.
Zelar, manter, molhar, tocar, adubar, ver crescer.
Enquanto o azul do céu teu não lhes goza,
Serena adoro.
Cuido do meu jardim como cuido de você.
essa beleza aqui: http://www.youtube.com/watch?v=gw8HuqP9XjA
res ins pirou-me, sumandose a eso un poco: http://www.youtube.com/watch?v=zsKQ2E0Sk6A
y colei uns versos acrescentando míos para chegar enfim.
é um experimento que retomei, não roubem minha ideia.



Eu entro em cena. Me sinto tão pequena perto de você com seu cabelo enroladinho.
Todos os encantos vejo em você.
Aplausos.
Eu me vejo tão bonita em você.
Chego na cidade.
Coração suado. Da tempestade do seu céu azul dos olhos seus.
Um amor de vento pra secar.
As luzes da cidade acesa clareando a foto na carteira.
Essa nova bossa.
E o tempo é outro, outro o lugar, outra a afinação.
Os tigres brancos, a vida carnaval, a razão nenhuma.
O teu jeito que é só eu de por a blusa.
Sou mar.
Somar.
No canto para acalmar a dor morena.
Eu quis te conhecer.
Deitar, cobrir a culpa, ficar sobre você, no abrigo do teu sorriso.
Pra te encantar
Voando.
Caminhamos em linhas tortas, abrimos janelas, atrevidos.
Nada é em vão.
Eu entendo seu depois. Eu aprendo. Quem ensina? Me leva?
Corre que eu te encontro.

do regresso

lista dos pequenos prazeres e estranhezas do retorno ao lar passados 3 meses:

- ao redor nada mudou
- ser recebida por uma barata mal educada no portão de casa que nem se afasta com a forte pisada ao lado
- ouvir música brasileira no rádio do táxi
- tomar banho até a ponta dos dedos enrugarem
- dormir nua
- pensar que comerá pão de queijo, arroz mil grãos, açaí e MATE gelado
- abraços e beijos y.

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