sexta-feira, 31 de maio de 2013

cep corpus

chacal me obriga a bater
mas sou moça frágil
sou da paz, seu moço

sou do interior
não mato abelha
formiga
ou ex-namorada

só apanho
oh, drama
minha força eu desconto
à máquina


foto de daniele rodrigues, merci. ontem, no cep. chacal, merci.
merci pedro rocha, domingos, ana righi, gabi brandão, adiron
e todos que foram até mim e levaram meus poemas para casa.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

trânsito astro(não)lógico

Toda azul tua presença,
(Magdalena),

     Rodoviária. Cinco. Saens Peña. Lapa. Dois. Laranjeiras. Central. Dois. P. do Flamengo. Urca. Expresso.
     Passam os ônibus na longa Jardim Botânico. Refresco-me. Saravá!
     Tantos Rodoviária devem ser um sinal de que preciso viajar. Procuro sinais. Procurei pintas. Daria para desenhar treze constelações astrais no teu corpo, cometa.
     Os Voluntários dessa Pátria, o que ganham se chegam ao céu? Das vezes que me levastes lá, éramos todos voluntários experimentais em busca de aventura, suor, prazer (e afeto, eu).
     As três marias viraram poeira. Mas as partículas se entrelaçaram para sempre. No espaço (com o vento, com o tempo) formam nuvens. E quando o destino (se) assim o quiser, choverá. Ojalá!

tantos beijos,
(ainda que para mim não suficientes)
Carmen.


terça-feira, 28 de maio de 2013

mulher-fruta

minhas mãos e cabeça são processador.
sou uma laranja mecânica.
espremo-me em versos.

fónzinho

boca já sangrava do frio
palavras.
verdades?
calor no peito
dor de barriga
recuerdos coloridos
frio repentino

a vida segue sempre um destino
momentos.
escolhas?
alguma lágrima
algum sorriso
banho com trilha sonora
e depois dormir mansinho.

o caminhão já passou
é hora do anjos se despedirem.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

automne ardent

como dividir-se corpo e mente entre cometa e sol se a poeira os afastara em longo outono?
a que boca oferecer-se fruto?
o cavalo corria solto, praia, as mãos atadas sonhavam crina.
a sereia em outro lago
lado tão distante ao seu.
ainda podia sentir o eco de seu chamado de outrora
queimar-lhe peito, ferir-lhe bocas.
desalinho, corpo inverno sem cobertas.
mas sentia fogo.
água? mera ilusão juvenil.
era preciso terra.
terras!
sobre sob junto pelos lados.
do grão úmido da chuva,
sabia,
a mais forte colheita.

domingo, 26 de maio de 2013

sexta-feira, 10 de maio de 2013

você é muito boa

texto que achei perdido, escrito provavelmente em uma madrugada qualquer. de certo não tenho certeza se eu mesma escrevi. creio que sim. mas se for seu, manifeste-se, please.



Você é muito boa.
Boa para mim.
Para mim comer, para mim fazer.

É muito boa.
Até demais para alguém como eu.
Sem apreço pela vida, sem ânimo para foder.

É boa, boa até!
Até dizer chega
Pedindo não me deixe assim tão só.

Boa para mim,
Tão boa
Que chego a pensar que não existes.

Boa como um sonho de verão.

terça-feira, 7 de maio de 2013

som ao (meu) redor

a janela batia, batia,
a água evaporava 
sozinha 
no fogão da cozinha, 
na rua a porta de um carro 
batia. 
à porta quem batia? 
vazia, vazia...

de conju(l)gar pessoas

eu li,
você lê.
eles passarão,
nós passarinhos.

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