sábado, 20 de março de 2010

degraus

    
      A cada degrau um novo passo uma nova entrega um despudor. ao topo, pequenas rajadas de vento, o cume, tufão: tira-se a escada construída. dessa vez a natureza é mais forte e o corpo atirado à imensidão. mãos agarrando o chão que se esvai em grãos. o corpo dependurado, a esperança já sem forças ou motivos para seguir. como cair sem a lembrança de cada degrau? será a queda por fim salvação para a angústia? saltando se pode construir degraus outra vez?



em 30/10/09.

domingo, 7 de março de 2010

À menor leitora

bem ligeira, a formiga
o livro tenta ler
mas quando o homem a percebe
um peteleco desfaz-lhe o prazer.

da biblioteca o livro é retirado.
as mãos ávidas do jovem leitor
segurando o tesouro quadrado.
(entre orelhas disformes junto a formiga vai.)

com os livros sobre a mesa
passa a formiga de um ao outro.
não que o volume a desagrade
mas agora quer ler o esôpo.

de repente são milhares
a entrar pelas janelas
que não tem escolha a mãe
(com inseticida em punho)
de acabar com a flip delas.


Aline Miranda em 08/01/10

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