quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Par de duas


Duas flores únicas
Poesia selvagem
Pássaro solto
Fogo e serragem.

Luli alude
Lucina alucina
Unta força e graça
Ilude, Ilumina.


Ferrugem brilhante
Na noite escura
Um, dois, três, vários
Sob o teto e a lua.

Bandoleiros
De corações aprisionados
Virando e revirando
Em Mangaratiba.

Luiz e a luz
Composição
A música é memória
Lágrima, sorriso, glória.

Percussão que repercute
Ao ouvir, amor invade
Sem alarde, um açude
Arde.


Aline Miranda em 21/12/11

lilix - rap um

Se não aguenta pq veio é o que eu falo pra vc
Todos os dias qdo vejo na tv
favela desce e o asfalto tá de barro
todas as janelas com os vidros quebrados
é quebradeira vai dançando sem parar
ralava na boquinha sem saber copular
achava tudo aquilo no máximo sensual
não alcançava o cunho sexual.

infancia feita a pique-pega e amerelinha
gugu, faustão, é o tchan, xuxinha
graças a deus tinha canais de educação
vendo x-tudo,  glubglub e castelo
nada contra essa galera de respeito
mas só marketeiro não enche um berço (o meu)

tantos programas que assistia por ai
me faziam viajar perto e longe daqui
conhecer a realidade do meu povo
sim faço parte como tu...  teu vizinho, seu chefe e o gari

A... vida nobre de um povo
renascendo de novo
Na tv, uma loucura
Acrescente a cultura!

                                    Aline Miranda 21/12/11

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

De sueño (do sono, do sonho)

Aquela cama
Aquela luz
O frio lá fora
O calor dentro do quarto
O quentinho do seu corpo dormindo
ao lado do meu,
acolhido.

Sua dor de cabeça, sua angústia
Sua boca palpitando, seu chiado,
seu dormir de bebê

é um refúgio
um esconderijo
onde me afogo
em seus cheiros
me escondo
em seus peitos

E mal posso adormecer
de noite
a te observar.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

do veredito

E faça o favor de medir tuas palavras,
o tom de ironia em tua voz:
eu não sou qualquer uma.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

domingo, 30 de outubro de 2011

En Praga, en Viena
por la noche
a tomar copas.
Vá a poniendo
(años después)
la lucha, la prisión,
el alma.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

sábado, 24 de setembro de 2011

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

das quatro

Você pode acordar tarde
ou dormir cedo
fugindo da noite
ou se escondendo da manhã.

Mas a tarde...
Ah, a tarde e sua prolongada melancolia!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Grajaú - Jacarepaguá

No inverno do Rio
as moças não sentem frio.
Não nos pés, não nas pernas.
São garças agasalhadas.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Quadrinhas do Amor Carioquês

(sem alinhamento cronológico ou de importância, para ler na ordem que lhe convém.)

Menina do Grajaú                                                            Se não cuidas
meu sonho                                                                      da mulher da Tijuca
é teu corpo nu.                                                                ela te fode a cuca.

Terra de deusas,                                                             As meninas de Ipanema
Niterói,                                                                            e suas mansões
eu lembro e dói.                                                              de mim não têm pena.

Na Lapa                                                                          Boa moça, boa filha,
a vizinha                                                                          não se engane,
e seu porte de rainha.                                                     ela é da Ilha.

Como ama,                                                                      Se você é mulherengo
como geme,                                                                     terás sorte
a menina do Leme.                                                          no Flamengo.

Brincando com fogo,                                                       No Leblon
com ela ardo                                                                   em cada esquina
em Botafogo.                                                                   uma Carlota Joaquina.

Toda uma tarde                                                               Pego o violão
em Vila da Penha,                                                           e vou pra Urca,
vai, não vou, fico, venha.                                                 boa mulher, boa música.

Cachaça no Centro                                                          Beijo gostoso
a loira e o beco                                                                que dá saudade
lá dentro.                                                                         é da morena de Piedade.

A jovem de Nilópolis,                                                      Vale por duas
é flor que se cura                                                             mas é só uma
com mel e própolis.                                                         minha amante de Inhaúma.







publicado originalmente no site TremaLiteratura: 
http://www.tremaliteratura.com/2011/06/quadrinhas-do-amor-carioques.html

do convite

Te chamo pra tudo na minha vida agora.

Sem hora
bolas
foras
rolas e bolas.

Te chamo pra tudo na minha vida agora.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

quadrinha da noite escura mais eu

debaixo da lua cheia
defronte à árvore seca
sob a proteção de Jorge
sem manto espada ou chicote.

sábado, 3 de setembro de 2011

Bienal do Livro

Estou trabalhando no stand da PubliFolha, setor azul, vários livros (ótimos) por 5 e 10 reais!
Para todo mundo que aparece recomendo o Aquela Canção
clique aqui para detalhes do livro
que está 5 reais e vem com um cd da Biscoito Fino!
Apareçam e desfrutem!


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

do vento

sonho como bolhas de papel
folhas de sabão
no céu
sem chão.


Nem pão
nem vinho
nenhum tostão.


tão logo a força
tão urgente a razão.
nem tão.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

dela.

clarissa, clarissa, clarissa,
seu nome voa com o vento, invade minha janela,
bagunça meus cabelos, invade meus sentidos.
invade meus vestidos.
clarissa, clarissa, clarissa,
música ao longe,
desperto, espero, espanto, em pranto
e as estrelas,
agora posso ouvi-las.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

do presente passado

não sentia emanar a energia do meu corpo pedindo o seu?
olhos que te buscavam e por dentro mergulhavam na alma tua?
as mãos que suavam, a respiração que acelerava, o pálido que corava?
e nesse não se saber, nesse não se tocar, o amor morreu.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Do encontro ou O primeiro daquele casal

Entardecia.
A luz invadia o quarto pelas falhas da persiana semiaberta.
Segui a luz com os olhos até chegar a seus pés, os pés da cadeira, subir por sua perna, a barra branca do vestido, as mãos sobre o colo segurando o pequeno copo, e encontrar-me em seu olhar oblíquo.
Uma Capitu furtiva em meu quarto.
A flor da pele, do pelo, do álcool.
A conversa mole, a fala solta, as palavras sem sentido, só se ouvia o olhar.
Buscando-se, fugindo, pedindo.
A cachaça melada descendo doce e ardendo, deixando na boca um desejo.
Seria a força magnética ou o não estou te ouvindo bem, talvez. Mas percebi, pelo perfume, que se sentara ao meu lado. Quanto mais escurecia mais nos aproximávamos. Pra te ver melhor. Esse lobo...
Menos luz, menos culpa, mais encontro.
Seu olhar sob as sombras. Um filete de luz a iluminar seus lábios tão falantes, tela de cinema, foco na boca, iminência do Beijo. O coração palpita, todos já o sabem, é inevitável, tem vontade própria. O sonho, a espera pelo inesperado.
(Há certos momentos em que não podemos impedir um beijo).
Anoitecíamos junto ao dia.





Esse foi meu primeiro texto para a coluna do TremaLiteratura.
Aqui: do-encontro-ou-o-primeiro-daquele-casal 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

do amor platônico

O dia nascerá mais belo
quando em ti despertar tal frescor.
Como sabe o pássaro a flor certa a beijar?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

do frio.


“Essa madrugada foi a mais fria do ano no Rio...”
Procurei seu cheiro no pijama da noite passada.
Eu não tinha você pra me aquecer.

02/05/07

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Quadrinhas do Amor Carioquês

Menina do Grajaú,
meu sonho
é teu corpo nu.

Na Lapa
a vizinha
e seu porte de rainha.

Terra de deusas,
Niterói,
eu lembro e dói.

Boa moça, boa filha,
não se engane,
ela é da Ilha.

(...)

a versão completa irá ao ar dia 26/05, quinta-feira, na minha coluna quinzenal no site TremaLiteratura.com .

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Carpinejar pág 13

" Os mortos envelhecem
na eternidade.
Não os invejo.
tenho dentes para morder.


Diante do prado,
ardo imensa."

quinta-feira, 5 de maio de 2011

do cangote

um nome tão bonito
que por si só, já vale um
beijo.

se vier acompanhado por
um par de olhos azuis
merece um abraço também.
e pousado no ombro
um gato desenhado?
um afago.

quem não gostaria
de por uma noite
ser do gato dona,
ser alice de dinah?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

ob(s)ama

Nas primeiras horas de 2 de maio de 2011 você podia ler: "Entraram na casa onde o suspeito se escondia. Houve troca de tiros e o indivíduo foi morto. Na invasão, mais uma mulher e dois homens que se encontravam no local foram mortos." Mas não, não era um jornal brasileiro noticiando mais uma invasão da polícia a morros cariocas. A ação foi realizada pelos Estados Unidos e o acusado não teve direito a julgamento. Além disso outras pessoas foram assassinadas, nenhuma pertencente da invasão, o que leva a crer que a ação era destina à morte e não à captura.
Eu entendo que para as famílias dos que morreram nos atentados essa morte soe como um descanso, mais que uma vingança. Mas comemorar uma morte, festejá-la, não é algo um tanto sádico?
Fica a reflexão.




sábado, 19 de fevereiro de 2011

do quarto ao lado

no quarto
você dorme
posso ouvir seu sono
os sonhos
posso ver o contorno do seu corpo
insone ouço
minhas unhas
tão roídas
reclama
dedico-lhe
dedilho
na cama
as horas passam
voam minutos
muitos
na cama
teu sonho sou eu.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

poema duplo

É simples.
É só ela sorrir... Só sorrir e as coisas recuperam seu sentido.
Ela sabe disso
Sabe que o mar adoça
Sabe que evita tempestades, maremotos
Sabe que é simples

É complicado.
O sorriso esconde uma angústia no olhar
Tenta esconder
Ondas, desejos e procuras
Sabe que não adianta fugir

Simples deixar as coisas bem.


por MIRANDA, Aline 
e RABELO, Joana.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Da promessa cumprida

Você não me prometeu futuro.
Eu quis escrever no presente a nossa história.
Cada dia que passa é um passo ao futuro.
Ele não existe.
Nosso futuro é hoje.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

do voo

falta coragem para voar?
mas é tão bom o vento nos cabelos.
é tão bom o abraço
e o se jogar sem cair.
não há queda.
não acredite no que dizem.
eles nunca se jogaram.

de chover

choram pitangas
ruas inteiras
dentro do meu céu
noites de sol
chuvas na noite
debaixo do teu véu.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

de tocar junto

Seus dedos se entrelaçaram e pôde sentir o calor percorrer todo o corpo.
(Um movimento tão inocente!)
Então porque ela não a conseguia  encarar?
Medo que pudessem ver em seu olhar desejo e vergonha?
Medo dela sentir o calor de suas mãos?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

do gato

Abandonei o gato preto como quem abandona a mãe de luto em casa
deixando irmão sozinho,
fugindo da realidade.

Pobre do gato,
pobre de mim, desprezível e fraca.

Mas que culpa tenho se gatos não sabem diferenciar as cores do sinal?

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