tpm às vezes passa sem se notar. o corpo geralmente se faz perceber. é importante que a mulher, que o ser humano, perceba e respeite os sinais de seu corpo.
djavan toca na rádio: sorrir quando a dor te torturar e a saudade atormentar os teus dias tristonhos vazios.
a menina conversava - internet e seu poder de aproximar mesmo que se esteja longe-, agachou-se no chão da cozinha enquanto passava um café de almoço. o chão quadriculado. branco e preto. o pano fino do vestido azul. chorou, riu, nem sentia mais as cólicas da manhã, no ventre, no coração pesado. as palavras dela foram entrando, feito mantra, feito manto, feito alma, e o bálsamo, aos poucos, foi tomando-lhe os lábios, o pranto fez-se riso e o pulmão respirou fundo os novos ares e o aroma quente e acolhedor do café. despediram-se virtualmente. ela pensava na pesquisa. pensava no poder das palavras. nas decepções. nos afetos que se transformam. nas ligações importantes.
a menina se levanta, leve, agora já sente fome. percebe-se com leve dor, percebe: menstruou. o sangue correndo pela conversa, pelo passado, pelo presente, pelos corpos, pelas terras todas, lavando e levando todos os fantasmas que ainda podiam sobreviver agarrados à pele, internos. a cor mais quente, as unhas cor vanguarda, quente o rio que não corre duas vezes no mesmo lugar.
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