sábado, 15 de setembro de 2012

Da boemia

Ando nua pelo apartamento.
Ouço ao longe o soar do sino.
O gato tinha fome.
Talvez fosse melhor assim.
Fez festa ao me ver chegar. O gato.
Enquanto tu me deixavas caminhar sozinha pelas ruas.
Mania besta de confiar nas pessoas.
Os pássaros voam com batidas fortes de asas, posso ouvi-los tão perto.
Tenho gosto de cigarro na boca.
O gato tinha mesmo fome, me esperava.
Enquanto tu, tu fugias em outras bocas e abraços.
Talvez ele me queira bem pelo prato servido.
Se lambe todo.
Mas temos uma relação fervente que se busca.
A bateria acaba, a noite também,
Tantas fumaças em vão, tantos goles, passos.
Ando nua pelo apartamento.
A luz começa a invadir o breu da sala.
Giro toda, gira a mente, o sonho, o desejo de corpo.
Ando pelo apartamento, e nua, penso no que se perdeu.
No que você em mim perdeu.

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